A História Sem Fim: Uma Jornada Psicológica Pela Imaginação e o Autoconhecimento Infantil

 

A História Sem Fim: Uma Jornada Psicológica Pela Imaginação e o Autoconhecimento Infantil

Se você cresceu nos anos 80 ou 90, provavelmente se lembra com carinho (e talvez com um pouco de medo) de "A História Sem Fim" (The NeverEnding Story). Muito mais do que um simples filme de fantasia, essa obra é um verdadeiro mergulho nas emoções humanas, na superação de traumas e na importância da imaginação no desenvolvimento infantil.

A metáfora de Fantasia e o mundo interno da criança

O reino de Fantasia representa o mundo interno emocional das crianças. Cada personagem, cenário ou desafio vivido por Atreyu e observado por Bastian simboliza emoções, medos, desejos e conflitos que fazem parte do desenvolvimento infantil.

  O Nada, por exemplo, é uma metáfora poderosa para a apatia emocional, a perda de sentido, a depressão infantil ou até mesmo o esvaziamento da criatividade quando a criança não tem espaço para fantasiar, brincar ou ser ouvida.

O papel da imaginação no enfrentamento de traumas

Bastian é um menino que sofre bullying, perdeu a mãe e sente-se desconectado do pai. Sua fuga para o mundo do livro mostra como a fantasia pode funcionar como um mecanismo de enfrentamento emocional. É através da leitura que ele processa sua dor e aprende a encontrar coragem.
Psicologicamente, isso dialoga com conceitos como a resiliência emocional e a função terapêutica da fantasia, defendidos por teóricos como Winnicott (1975), que destaca o brincar e o mundo da imaginação como formas essenciais para a criança elaborar suas emoções.

Atreyu como o "Self heróico"

Atreyu pode ser visto como a representação interna da força de enfrentamento de Bastian. Ele simboliza aquele aspecto da psique que enfrenta o medo, encara perdas (como a morte do cavalo Artax, uma das cenas mais emocionantes do filme) e segue em frente, mesmo diante da desesperança.

 O luto por Artax, por exemplo, pode ser entendido como a vivência simbólica da perda da inocência ou de qualquer experiência de perda significativa na infância.

Fuchur, o dragão da sorte: esperança e confiança

Fuchur não é apenas um "dragão bonzinho", mas a representação da esperança, da fé em si mesmo e da confiança de que as coisas podem melhorar. Sua presença mostra que mesmo nos momentos mais difíceis, sempre existe uma força que nos ajuda a continuar.

Quando a criança se torna autora da própria história

No final, Bastian percebe que ele não é apenas um leitor passivo. Ele é o protagonista. Sua escolha de dar um novo nome à Imperatriz Criança é um rito de passagem: o momento em que ele assume o poder de escrever a própria história de vida.
Aqui temos um paralelo direto com a construção da autonomia emocional e o fortalecimento da autoestima infantil.

Por que trabalhar esses temas com as crianças de hoje?

Em tempos de excesso de telas, rotinas aceleradas e pouca escuta emocional, as crianças de hoje, assim como Bastian, precisam de espaços para se conectar com suas emoções e resgatar a criatividade.

Falar sobre filmes como "A História Sem Fim" pode ser uma excelente forma de abrir esse diálogo com seus filhos ou pacientes.

Conclusão: A história nunca termina… assim como nosso processo de crescimento emocional

"A História Sem Fim" continua atual justamente porque nos lembra de algo essencial: nossa capacidade de sonhar, ressignificar dores e nos reinventar diante das adversidades.

Seja você um adulto revivendo lembranças ou um profissional que trabalha com crianças, fica o convite: olhe para suas próprias histórias internas… elas podem estar pedindo um novo final.

 Gostou dessa reflexão? Compartilhe este post com alguém que precisa se reconectar com sua criança interior!
Se você é psicólogo, educador ou pai/mãe e quer saber como usar filmes e histórias para o desenvolvimento emocional das crianças, entre em contato conosco ou agende uma sessão!
Se você é psicólogo, educador ou pai/mãe e quer saber como usar filmes e histórias para o desenvolvimento emocional das crianças, entre em contato conosco ou agende uma sessão!

Referências:

  • Ende, M. (1979). The NeverEnding Story. Thienemann Verlag.

  • Winnicott, D. W. (1975). O brincar e a realidade. Imago Editora.

produzido por: Sandra Martins
Psicóloga CRP18/7031
Pedagoga
Psicopedagoga
Analista comportamental (ABA)

INSTAGRAM ACESSE AQUI

FACEBOOK  ACESSE AQUI

WATSAPP ACESSE AQUI

Comentários